Malcolm X
Malcolm X foi um dos maiores representantes na defesa dos direitos dos negros nos Estados Unidos.
Nascido no dia 19 de maio de 1925 na cidade de Omaha,Malcolm Little era filho de Earl Little e de Louise Little. Quando tinha apenas seis anos de idade, seu pai, que era membro da Associação Universal Para o Progresso Negro, foi brutalmente espancado e jogado na linha do trem. Com o corpo quase partido ao meio, faleceu em seguida. A mãe era filha do estupro de uma mulher negra por um homem branco, o que a fazia ter uma cor de pele mais clara e, por isso, conseguia empregos domésticos com mais facilidade. Louise assumiu o sustento da família de oito filhos, porém não dava conta com o que recebia e a família chegou a uma condição de indigente. Negava sempre em oferecer seus filhos para adoção e o governo dos Estados Unidos passou a questionar sua sanidade mental. Por fim, os dois irmãos mais velhos foram deixados à própria sorte e os demais foram adotados. Era a separação da família.
Malcolm Little, que ficou conhecido como Malcolm X, tornou-se um bom aluno. Mas, após ser desacreditado por um professor, mudou-se para Boston e assumiu uma vida boêmia. Teve uma companheira negra chamada Laura, mas a trocou por uma mulher branca de nome Sophia. Mesmo após Sophia se casar com um homem branco, Malcolm continuou sendo seu amante. O jovem Malcolm fingiu-se de louco para evitar o serviço militar e teve vários empregos, frequentou ambientes de crime e prostituição. Não tardou para que ele também se tornasse traficante e cometesse os primeiros assaltos. Malcolm foi jurado de morte no Harlem e um amigo seu providenciou para que voltasse a Boston. De volta a esta cidade, formou um grupo com o amigo que morava, Shorty, e Sophia e sua irmã para assaltar casas. As primeiras investidas foram favoráveis ao grupo, mas eles foram descobertos e presos. Coube a Malcolm a maior pena entre eles, onze anos de cadeia.
Malcolm era conhecido como Satã na prisão por apresentar uma postura rebelde e anti-religiosa. Mas, por influência do irmão Reginald, converteu-se ao islamismo. Foi transferido, então, para uma cadeia de reabilitação profissional e tornou-se um leitor faminto de sua biblioteca. Recebeu da Nação do Islã o “X” para o seu nome que teria sido revelado por Deus como nome verdadeiro de sua família, ficando conhecido como Malcolm X. Teve um crescimento muito rápido dentro da Nação Islã e foi nomeado ministro do principal templo estadunidense, o de Nova York.
Malcolm X casou-se com Betty e dedicou-se a trabalhar pelo crescimento da Nação do Islã. Foi fundador de um jornal sobre muçulmanos negros, o que lhe rendeu convites para falar em programas de rádio e TV e em universidades. Tornou-se uma personalidade mais conhecida que Martin Luther King e o próprio presidente John Kennedy, o que despertou o ciúme dentro da Nação do Islã. Os muçulmanos negros conspiraram para que ele parecesse um traidor e o resultado foi seu banimento da Nação do Islã. Após sofrer tal humilhação, foi à Meca para conhecer melhor o Islã e iniciou uma nova fase em sua vida. Voltou aos Estados Unidos e fundou a Organização da Unidade Afro-Americana que não se tratava de um grupo religioso e tinha o objetivo único de unir os afro-americanos.
Malcolm X se destaca na história dos Estados Unidos no século XX por ser um negro de grande repercussão e que defendeu os direitos da comunidade negra. Adepto ao islamismo, acreditava que a violência poderia ser usada para se defender. Percebeu que a questão do negro não estava ligada apenas a um fator religioso, mas tinha relação com a estrutura do capitalismo. A organização que fundou passou a assumir o socialismo e foi muito influente nas ações do movimento negro da década de 1960. Lamentavelmente, Malcolm X foi assassinado no dia 21 de fevereiro de 1965 ao receber 16 tiros no peito na sede de sua própria organização. Malcolm tinha apenas 39 anos, possuía quatro filhos e sua esposa estava grávida de mais um.
Ayrton Senna da Silva
Senna é um dos maiores ídolos do esporte brasileiro e sua morte deixou um legado dentro e fora das pistas.
Senna é tricampeão de F1 pela McLaren
Ayrton Senna da Silva, ou simplesmente Senna, foi um piloto de Fórmula 1 das décadas de 80 e 90 e maior ídolo brasileiro do automobilismo. Nasceu em São Paulo, no dia 21 de março de 1960, e morreu de maneira trágica em 1º de maio de 1994, após colidir com uma mureta de proteção no Grande Prêmio de San Marino, em Ímola. Seu velório foi um dos mais marcantes da história do Brasil, durou cerca de 22 horas e foi acompanhado por aproximadamente 240 mil pessoas.
A carreira de Senna no automobilismo começou como a da maioria dos pilotos: no kart. Aos 14 anos, conquistou seu primeiro título, o Paulista de Kart de 1974, conquista que se repetiu em 1976. No kart, também foi campeão brasileiro em 1978, 1979 e 1980 e sul-americano em 1977 e 1980. No início da década de 80, mudou-se para a Europa para competir na Fórmula Ford, tornando-se bicampeão (1981 e 1982) e conquistando o título em 1983 na Fórmula 3 Britânica.
Os feitos de Ayrton guiando monopostos chamou atenção das equipes de Fórmula 1 e, em 1983, ele foi convidado para testar o carro da equipe Williams, uma das maiores da categoria. Senna bateu o recorde do carro na pista de Donington Park e deixou todos “perplexos”, palavras de Frank Williams, chefe da equipe na época. Por triste coincidência, Senna morreria guiando uma Williams 11 anos depois.
Senna estreou na Fórmula 1 em 1984, guiando uma Toleman. Mesmo em uma equipe de pequena para média, terminou o seu primeiro campeonato na nona colocação, com um segundo lugar no tradicional GP de Mônaco. Nos três anos seguintes, competiu pela Lotus, uma equipe maior, conquistando a quarta colocação em 1985 e 1986 e a terceira em 1987. Pela Lotus, conseguiu seis vitórias, a sua primeira no GP de Portugal de 1985.
Tricampeão
A fase áurea de Senna começou quando ele se transferiu para a equipe McLaren (1988 a 1993), a melhor da época. No carro vermelho e branco, ele conquistou três campeonatos (1988, 1990 e 1991) e 35 vitórias. Nos seus dois primeiros anos no novo time, foi companheiro de equipe do francês Alain Prost, considerado seu maior rival na F1. A rivalidade entre Senna e Prost fez aumentar a audiência da categoria e muitos brasileiros acordavam cedo no domingo para acompanhar o já ídolo do esporte. Os dois pilotos trocaram farpas algumas vezes, mas hoje Prost é um dos principais colaboradores do Instituto Ayrton Senna, ONG que desenvolve projetos educacionais para crianças.
Herói nacional
As vitórias e ações de Senna o fizeram se tornar um herói nacional. No final da década de 80, o Brasil havia recém-saído da ditadura e passava por um momento econômico difícil. A renda per capita declinou e o percentual de brasileiros na linha da pobreza havia aumentado. O brasileiro não tinha muito do que se orgulhar, mas Senna fazia questão de afirmar sua nacionalidade e desfilava com a bandeira nacional em suas vitórias. Esses gestos e a exploração da imagem de Senna pela TV contribuíram para a construção de um arquétipo de herói nacional.
Morte
A partir de 1992, a equipe Willams passou a ter um desempenho superior a McLaren, e Senna viu diminuir suas chances de conquistar outros títulos. Por isso, em 1994, mudou para a Willams e tornou-se novamente o favorito ao título. Para seu azar, não conseguiu terminar as duas primeiras corridas. Na terceira etapa, liderava o GP de San Marino quando seu carro saiu da pista na curva Tamburello e chocou-se com uma mureta de proteção a quase 300 km/h. Com a batida, uma das rodas atingiu o capacete do piloto brasileiro, afundando parte do seu crânio.
Legado
O acidente de Senna é um dos episódios mais tristes da história do esporte, mas sua morte foi responsável por uma revolução na segurança da Fórmula 1. O falecimento de Senna foi o último de um piloto na categoria, mesmo ocorrendo vários acidentes piores depois. Fora das pistas, o Instituto Ayrton Senna beneficia cerca de 2 milhões de crianças por ano.
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